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Brincar é coisa de criança, e de adulto também! O valor da brincadeira na vida e nos espaços de Educação Infantil
Três meninas sobem em um trepa-trepa. Elas dizem
que são as Meninas Superpoderosas. Falam de seus po-
deres especiais enquanto fazem demonstrações de suas
habilidades físicas, se deslocando na estrutura do brin-
quedo, subindo, descendo…
Um grupo de meninos brinca de polícia e ladrão.
Transformam as pás e ancinhos em armas, usando gestos
para demonstrar a ação de atirar. Correm, pulam, sobem
e descem no escorrega, correndo uns dos outros no jogo
de perseguição. Ladrões são presos pelos policiais em
uma pequena casinha.
Um grupo brinca na terra, fazendo bolos com xícaras
de brinquedo.
Duas meninas e um menino estão sentados embaixo
de um escorrega. Uma das meninas coloca areia dentro
da blusa. Mostra a barriga dizendo: "Estou grávida!".
A cena demonstra que as crianças se organizam em diferen-
tes grupos em torno de brincadeiras que envolvem uma diver-
sidade de temas, ações, objetos imaginados e reais. Podemos
identificar que as dimensões simbólica e interativa estão pre-
sentes em todos esses fragmentos de brincadeiras. As crianças
assumem papéis, experimentam ser o que não são, e não ser o
que são. Brincam de ser o que desejam ser, mas também do que
não querem ser. Transformam o significado dos objetos, subver-
tem a ordem das coisas, colocam o mundo a serviço da sua imagi-
nação, construindo outra realidade, ficcional, “de mentirinha”, de
“faz de conta”.
Antes a gente falava: faz de conta que este sapo é pedra.
E o sapo eras. (Barros, 2010, p. 474).