Brincar é coisa de criança, e de adulto também! - page 4

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Angela Borba
E a criança, já não é um ser? Ator social, competente, cria-
tivo, capaz de, junto com os adultos e outras crianças, construir
a experiência humana de se constituir sujeito, inserido em um
contexto histórico e cultural? Acreditamos que sim!
A brincadeira é hoje reconhecida como direito da criança
2
e
como dimensão integrante do currículo da Educação Infantil. As
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil
(2009)
recomendam:
Art. 8
o
A proposta pedagógica das instituições de Edu-
cação Infantil deve ter como objetivo garantir à criança
acesso a processos de apropriação, renovação e articulação
de conhecimentos e aprendizagens de diferentes lingua-
gens, assim como o direito à proteção, à saúde, à liberda-
de, à confiança, ao respeito, à dignidade,
à brincadeira
, à
convivência e à interação com outras crianças. (Grifo meu).
Art. 9
o
As práticas pedagógicas que compõem a pro-
posta curricular da Educação Infantil devem ter como
eixos norteadores as interações e a brincadeira […]
É preciso, portanto, ultrapassar a visão de que a brincadeira é
apenas um passatempo típico da criança ou uma forma de prepa-
ração para a vida adulta. É preciso colocar em questão algumas
crenças que têm impregnado o trabalho com as crianças.
Desaprender oito horas por dia ensina os princí-
pios. (Barros, 2010, p. 299)
Para conseguir ampliar nosso olhar, vamos enfocar mais de
perto as brincadeiras das crianças e escutar verdadeiramente suas
vozes. Assim, propomos a compreensão da brincadeira a partir
2
Ver: Declaração Universal dos Direitos da Criança, ECA, entre outros documentos.
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