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Brincar é coisa de criança, e de adulto também! O valor da brincadeira na vida e nos espaços de Educação Infantil
de três focos: como dimensão humana vinculada à cultura; como
dimensão constitutiva do humano; como eixo fundamental das
interações entre crianças e entre adultos e crianças no cotidiano
das práticas educativas.
Brincadeira e cultura
Brincadeira tem a ver com cultura; ou melhor, brincadeira
é cultura!
A brincadeira envolve um conjunto de artefatos e práticas
lúdicas que foram e são, no passado e no presente, construídos
pelos seres humanos em contextos condicionados pela história e
pela cultura. Além disso, a brincadeira é uma prática social que
identifica os grupos e suas identidades culturais e, no caso das
crianças, constitui uma atividade através da qual elas se apro-
priam da cultura em que estão inseridas e produzem coletiva-
mente uma cultura própria do seu grupo geracional e de pares
(crianças com quem partilham a experiência da vida cotidiana).
Se compreendemos a cultura como o conjunto de ações e
produtos das ações humanas que constituem a identidade dos
grupos humanos e, ao mesmo tempo, como o contexto no qual
e pelo qual os sujeitos constituem suas identidades, não é difícil
perceber que a brincadeira é tanto um produto como uma prática
cultural. É uma invenção humana que se transmite e se recria de
geração para geração, e é também uma prática social partilhada
pelos membros de um determinado grupo social.
A brincadeira, de crianças e adultos, supõe um conjunto de
formas de brincar caracterizadas por esquemas de ação, regras
e artefatos específicos, que foram construídos na história mais
geral da humanidade e na história particular dos grupos sociais
