Brincar é coisa de criança, e de adulto também! - page 7

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Brincar é coisa de criança, e de adulto também! O valor da brincadeira na vida e nos espaços de Educação Infantil
o nome da brincadeira, por sua vez, apresenta muitas variações,
como: macaca, avião, academia, cademia, sapata, amarelinha,
tô-tá, xadrez, macacão etc. E você, como brincava de amareli-
nha? Como brinca com as crianças hoje?
As próprias configurações espaciais de cada lugar, o modo
como são pensados e os usos que as crianças fazem de tais espa-
ços irão constituir as práticas culturais de brincadeiras. Espaços
urbanos ou rurais, a presença de mar, rios, montanhas, parques,
equipamentos, prédios, praças, entre outros elementos, determi-
nam modos específicos de brincar.
No que diz respeito ao tempo, a brincadeira, como fenô-
meno da cultura, também revela as transformações históricas
das relações entre os seres humanos, dos valores, dos conheci-
mentos, dos artefatos culturais, das formas de organização eco-
nômica, social e política das sociedades. É comum, quando nos
transportamos para o tempo de nossas infâncias, o espanto com
as diferenças dos modos de brincar e do lugar da brincadeira na
vida cotidiana das crianças. Hoje, as brincadeiras se submetem
crescentemente à lógica da produção e do consumo: brinquedos,
espaços e lugares instituídos para a brincadeira, parques temá-
ticos, programas de TV, filmes, indústria de alimentos, roupas,
móveis e artefatos se entrelaçam, ditando modelos de conduta
que tomam o lugar da brincadeira como experiência humana e
da infância.
Voltemos mais ainda no tempo: na Idade Média, a “infância”
nem existia ainda, muito menos a ideia de brincadeira como ati-
vidade principal das crianças!
Aprendemos com o historiador francês Philippe Ariès (1978)
que o sentimento de infância ou da especificidade do mundo das
crianças surgiu, no mundo ocidental, ao mesmo tempo em que
1,2,3,4,5,6 8,9,10,11,12,13,14,15,16,17,...32
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