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Literatura infantil: reflexões e provocações
não conseguem entender a literatura atual porque não conhecem
os clássicos que a precederam” (p. 126). Por isso, ao pensarmos
em projetos de leitura, precisamos pensar em uma escola leitora,
uma família leitora, uma sociedade leitora.
É interessante que, na biblioteca, as crianças possam encon-
trar contos de fadas, mitologia, poesia, contos do folclore brasi-
leiro e de outros povos, mitos indígenas, gibis, textos de teatro,
fábulas, livros só de imagem, autores consagrados e outros que
estão surgindo, do Brasil e de outros países, literatura de cordel,
livros de adivinhas etc.
Há outro aspecto a se considerar, levando em conta a especifici-
dade da Educação Infantil: na alfabetização, ocorre um descompasso
entre o que a criança já é capaz de entender ouvindo a leitura de um
livro ou uma narrativa popular e o que ela é capaz de ler por si mes-
ma. É preciso, então, buscar livros com histórias interessantes com
formas mais simples (sem serem óbvias) para a leitura autônoma e
livros mais elaborados, para a leitura só do professor ou junto com
as crianças. Segundo Colomber (2007), não se aprende a ler livros
difíceis lendo apenas os livros fáceis. A escola é o lugar ideal para a
leitura compartilhada destes livros que oferecem maior dificuldade.
Acompanhando os catálogos das editoras, o que acontece nos
salões dos livros, atualizando-se, conversando com outros profes-
sores, assistindo a palestras, a sessões de contação de histórias,
lendo textos teóricos, consultando sites das editoras, blogs
de especialistas e escritores, visitando livrarias, observandoe
experimentando, o professor sensível vai construindo a biblioteca
junto com as crianças, orientando na arrumação, no cuidado, na
restauração dos livros, mediando empréstimos e trocas entre as
crianças e entre outras turmas, envolvendo a equipe, a família e
toda a comunidade em um projeto de leitura.