Literatura infantil: reflexões e provocações - page 9

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Literatura infantil: reflexões e provocações
• Amaterialidade do livro: tamanho, peso, forma, capa, qua-
lidade do papel, da impressão e da encadernação, cor, até
mesmo o cheiro; tamanho, quantidade e tipo de ilustração,
tamanho e tipo das letras, quantidade de texto, quantidade
de diálogo. Para leitores mais experientes, deve-se também
levar em conta: quem é o autor, quem é o ilustrador e qual é
a editora. Vivemos numa sociedade em que a imagem pre-
domina. Apesar de ser bastante atraente, nem sempre um
livro de capa dura, com grandes ilustrações coloridas, é o
melhor para a criança. Aprender a apreciar uma ilustração
em preto e branco, por exemplo, é um belo trabalho a ser
feito. Por outro lado, a história contida num livro que não
agradou por conta da ilustração ou formato inadequado
pode ser contada oralmente, de outras formas.
• Se “servem” para trabalhar um determinado assunto: muitos
livros voltados para o público infantil não são propriamente
literatura, e sim livros com conteúdo didático. São livros
para ensinar as letras, nome das cores, matemática, hábitos
de higiene etc. Livros escolhidos assim demonstram uma
preocupação com o currículo escolar e não com a formação
de leitores críticos. Também são comuns os livros que di-
tam, disfarçadamente ou não, normas de comportamento,
procurando “moldar” a criança. Segundo Colomber (2007):
[...] é interessante ressaltar, contudo, que a função edu-
cativa da literatura infantil foi a grande estrela dos de-
bates sobre seleção de livros, porque a sociedade cos-
tuma estar mais preocupada com a educação moral do
que com a educação literária das crianças e essa é a
função que “realmente” a maioria ainda hoje atribui à
literatura infantil (p. 134).
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