Literatura infantil: reflexões e provocações - page 20

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Simone Bibian
Observar também o livro como objeto, seu tamanho, tipo de
letra etc; reparar se faz parte de uma coleção – é possível perceber
o que eles têm em comum, o que os torna uma unidade: mesmo
tema, gênero, autor? Gostando do livro, a criança vai buscar os
outros livros daquela coleção, daquele autor, ilustrador ou daque-
le assunto. É interessante também prever momentos de leitura
individual e silenciosa por parte da criança, quando ela poderá
escolher livremente o livro (é uma aprendizagem eleger, abandonar
um que não vale a pena, ousar pegar um mais grosso, pular
páginas, decepcionar-se, surpreender-se).
Podemos também fazer a maquete ou o mapa da história, confec-
cionar os personagens, fazer ou escolher uma música que combine
com a narrativa, conversar sobre os cheiros (como será o perfume da
princesa? O cheiro de floresta?). Transformar a história em poesia,
teatro ou história em quadrinhos. Podemos também propor interfe-
rências: imaginar outro personagem passando pela mesma situação
(como seria a fábula “A cigarra e a minhoca”?). Ou um novo per-
sonagem entrando na história (Pinóquio encontra um saci). Depois
do livro lido e discutido em seus vários aspectos e pontos de vista,
podemos pensar em outras atividades, como desenho, dobradura, te-
atro, escrita, pintura, dança, música, jogos etc. Nessas atividades, a
criança poderá se expressar, experimentando a autoria.
Para onde vamos?
Certo cidadão de Caconde
Quis ir, sem saber para onde.
Pensou, refletiu,
Não se decidiu,
Sentou-se – e perdeu o bonde.
Tatiana Belinky
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