Brincar é coisa de criança, e de adulto também! - page 26

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Angela Borba
suas brincadeiras, dando asas à imaginação. A ampliação do
interesse das crianças por um tema ocorre, com frequência, no
decorrer dos projetos (tema de outro artigo deste livro) e é um
contexto bastante favorável para a articulação entre a “ludicida-
de” e o trabalho com os conhecimentos.
Um exemplo dessa articulação ocorreu no projeto Fundo
do Mar. As crianças estavam envolvidas com uma novidade
na Creche UFF: a chegada de um aquário, um desejo mani-
festado pelas crianças havia alguns meses. Antes mesmo da
chegada do aquário, as crianças do Grupo 3, entre 4 e 6 anos,
já investigavam sobre peixes, e o tema tomou conta da cre-
che. As educadoras organizaram um canto da sala relacionado
ao projeto e tiveram a ideia de fazer uma sala de “fundo do
mar” na festa de aniversário da instituição, onde as crianças
podiam brincar como se estivessem no mar, com materiais e
objetos que reproduziam peixes, algas, corais, plantas etc. Es-
paços lúdicos como esse, criados em diálogo com temas de
interesse das crianças, funcionam como contexto para no-
vas brincadeiras e também para a elaboração e a apropriação
de novos conhecimentos e possibilidades de interação. Dessa
forma, articulam-se imaginação, conhecimento e brincadeira.
Outro exemplo ocorreu no Projeto Restaurante (G3), que
surgiu de uma conversa sobre restaurantes entre as crianças –
com questionamentos sobre como era a cozinha, como se fazia a
comida etc. Com o apoio e as contribuições das educadoras, foi
criado um espaço de um restaurante de faz de conta. Ou seja, o
espaço transformou-se de modo a apoiar as ideias e os significados
que foram sendo construídos no decorrer do projeto, ao mesmo
tempo em que convidou as crianças a novas formas de brincar.
A partir da brincadeira, surgiu a ideia de se fazer um cardápio.
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