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A inclusão na Educação Infantil

Orientações para o trabalho com alunos com Necessidades Educacionais Especiais (NEEs)

Sabemos da dificuldade de a comunidade escolar entender e perceber que a inclusão, mais do que um dever legal, é um direito humano da criança e de sua família. Não pregamos uma inclusão por força de lei, mas uma inclusão afetiva e efetiva. Precisamos pensar que a condição de pessoa com necessidade educativa especial pode, a qualquer momento, bater à nossa porta, sem aviso e de forma indeclinável.

Portanto, o processo de inclusão educacional deve ser antes de tudo um movimento de ensino-aprendizagem como é para qualquer outra criança que não tenha NEE. Sabemos também que, muitas vezes, ao incluir o aluno, você é excluído, pois se vê diante de uma situação especial para a qual, às vezes, não tem preparo ou apoio. O desconforto para realizar o trabalho com crianças com NEE, portanto, vem mais por desconhecimento do proceder pedagógico do que por discriminação. Por esse motivo, pensamos em um material que contemple esse aluno e você, colega professor.

A aprendizagem de todas as crianças envolve questões de comportamento, afeto e motivação. Não é possível promover a ativação das estruturas cognitivas sem a motivação afetiva: a vontade de aprender é condição para a aprendizagem. A criança desmotivada não busca o conhecimento nem se movimenta na direção dele. O envolvimento afetivo acolhe e apoia a motivação, a superação do erro e a valorização do esforço, do caminho percorrido, sem objetivar apenas resultados.

Precisamos desenvolver nossa resistência pessoal, de nossos alunos e, muitas vezes, da família deles.

É importante que acreditemos que eles podem aprender e que precisamos, sim, adaptar alguns materiais para eles (ampliação de letras, material em relevo, material concreto). Precisamos garantir que todas as crianças entendam perfeitamente o que falamos, respeitar e aceitar que há uma diferenciação no tempo de aprendizagem (para todos há). Todos são capazes de aprender, porém de formas diferentes e em tempos diversos.

A homogeneidade não existe! O que existe ou deveria existir são formas diferentes de ensinar e de aprender. Se a criança não aprendeu de uma maneira, tentemos de outra.

Aí vão algumas dicas:

  • Todos os materiais expostos devem ser visíveis em qualquer parte da sala (quanto menor o aluno maior o tamanho das letras).
  • Destaque sempre a letra inicial do nome dos alunos nos crachás ou material de referência.
  • Letras de um alfabeto móvel coladas em caixinhas de fósforo e encapadas auxiliam as crianças com dificuldades motoras na hora de pegá-las e segurá-las.
  • Explique sempre a imagem que for mostrada.
  • Se o aluno não conseguir grafar a letra cursiva, incentive-o a usar a letra maiúscula (por ser composta de retas e curvas, ela facilita mais, além de apenas as letras Q e O maiúsculas serem parecidas).
  • Evite materiais que podem distrair o aluno sobre a carteira; só devem permanecer os que forem efetivamente necessários ao uso naquele momento.
  • Garanta que o lápis esteja devidamente apontado e, se o aluno tiver dificuldade motora para segurá-lo, engrosse-o com fita adesiva até a espessura ideal para que ele possa segurá-lo com firmeza.
  • Ao ler um enunciado, o mês do ano, um cabeçalho, uma pauta (agenda ou rotina), o aluno está fazendo trabalho de leitura.
  • Crianças com deficiência intelectual precisam trabalhar com rotina, sistematização e, ao mesmo tempo, explicações que elas consigam entender.